O que podemos aprender com o Coronavírus?

Muito tem se falado sobre o coronavírus nestes últimos dias. E eu gostaria de fazer uma análise de um ponto de vista diferente. Já que são abundantes as informações produzidas sobre os aspectos epidemiológicos, econômicos e políticos. Mas quero convidar você a fazer uma outra reflexão: o que podemos aprender com o coronavírus? Pois é em momentos de crise que somos forçados à reflexão. E esta, quando ponderada e comedida, nos conduz a romper paradigmas e nos leva à mudança. Neste caso, mudanças de comportamento. Sob este aspecto, as crises são oportunidades empolgantes, apesar de particularmente, eu preferir aprender sem ter que passar por elas. Porém estando neste momento bombardeado com informações por todos os lados e quase me sentindo tomado pelo pânico generalizado que assola o mundo, fui levado à uma reflexão sobre os anos em que tenho exercido a medicina. E Como médico anestesiologista, entre todos os outros riscos laborais, lidamos também com o risco biológico. Chama a atenção nesta epidemia, que a anestesia, assim como algumas outras especialidades médicas ou ainda o cirurgião dentista, que nós temos um alto grau de contato com as vias aéreas do paciente. O que nos submete ao risco de contágio a cada nova anestesia. Então penso comigo mesmo: “Como é possível que eu esteja vivo até agora? Quantos pacientes com diversas patologias infecto-contagiosas nós atendemos todos os dias?” O fato é que o risco é real. Mas o que nos salva é o conhecimento científico adquirido ao longo da história da medicina. E os cuidados que temos e acrescentamos a cada nova descoberta, como camadas de segurança. E este é um daqueles momentos de descoberta, em que novas camadas de segurança precisam ser acrescentadas. Não por causa do coronavírus, apenas. Mas por conta dele e de todos os outros patógenos que se disseminam da mesmíssima forma. Alguns deles muito mais letais e virulentos, como a própria influenza.

O que fazer frente ao coronavírus?

É necessário portanto, uma nova abordagem em relação ao ambiente em que atendemos os pacientes e na forma como atendemos. Pois não podemos permitir duas coisas: que os profissionais de saúde que prestam assistência sejam contaminados e que haja contaminação dos pacientes que frequentam estes lugares, buscando cura e não enfermidade. O que me empolga é que vivemos um daqueles momentos da história, semelhante àquele em que o Dr. Ignaz Semmelweis, em 1860, descobriu a importância de um simples ato: o de lavar as mãos antes e depois de cada atendimento e como isto diminuiu a mortalidade. O que podemos aprender com o coronavírus? Podemos aprender que as medidas de controle de risco biológico que usamos no momento ainda são falhas e precisamos aperfeiçoá-los. Podemos aprender que a educação dos profissionais de saúde e da população em geral, sobre hábitos de higiene deve ser intensificada. Esta não é a primeira e não será a última epidemia que enfrentaremos. Porém, passado o susto, devemos olhar para o agora, mas também para o amanhã. E como cientistas, refletir e buscar soluções, criar o conhecimento e divulgar o conhecimento que beneficiará não apenas a nós, mas às futuras gerações.   Dr. Ivan Vargas Rodrigues

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6 Replies to “O que podemos aprender com o Coronavírus?”

  1. Sou mais uma na multidão, mas faço parte daqueles que acreditam na superação, na esperança e nas lições que precisam ser aprendidas. Essa pandemia e outras endemias, doenças, e transtornos caudados por elas, ensinam muitas coisas que precisam mudar, principalmente o olhar humanitário e solidário para o outro. Acho interessante como os jovens e as crianças estão ensinando seus pais a otimizar o tempo e prestarem atenção no metro quadrado que os faz coabitar. Nem sempre uma família aprende a conviver e conhecer seus membros e suas qualidades. Olhamos o que falta na despensa, olhamos o que precisa ser consertado, obedecemos cronogramas apertados com nossos compromissos e compromissos dos filhos, tentamos suprir todas as necessidades e compensar com mais ausência, pois o tempo urge. E agora? Temos tempo, mas não temos cabeça e experiência com a sobra dele. Que Deus nos ajude a ser mais humanos e acreditar que nossa realidade é aquilo que pensamos. Que nossos pensamentos e desejos sejam de paz e de saúde para todos, de dias melhores e mais consciência.

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